31/05/22
Em março de 2011, o pescador Francisco Evonildo da Costa se despediu da família na cidade de Aracati – litoral do Ceará – com destino ao Estado da Bahia. Aquela foi a última vez que a esposa Mônica Soares e a filha Sanny Kelly da Costa tiveram notícias suas. A partir daí foram 10 anos de angústia, convivendo com a total falta de informação sobre o paradeiro de Francisco.
Apesar do longo tempo de ausência, Mônica Soares conta que a filha nunca desistiu do pai e reclamava constantemente pelo fato de não receber sequer uma ligação. E foi a persistência de Sanny que trouxe a esperança de volta à família, ao descobrir a existência da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
O perito criminal Clineu Uehara, que é responsável pela gestão do Banco Estadual de Perfis Genéticos em Santa Catarina, explica que o material biológico de Sanny foi coletado pelo órgão pericial do Rio Grande do Norte, onde reside atualmente, e catalogado no Estado do Ceará, onde a vítima foi vista pela última vez. Depois a amostra foi inserida no Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG), para ser confrontada com os materiais compartilhados por outros estados, incluindo restos mortais não identificados.
Entenda o caso
Desaparecido desde 2011, quando saiu do Ceará, o corpo de Francisco Evonildo da Costa percorreu um trajeto de aproximadamente três mil quilômetros até ser encontrado em 2015 na praia de Itaguaçu, no município catarinense de São Francisco do Sul. Na época não foi possível determinar a identidade do pescador, porém, os peritos da Polícia Científica de Joinville enviaram a amostra do material genético dele para o Setor de Genética Forense em busca de respostas.
“A partir das amostras de DNA de Francisco, colhidas e catalogadas em Santa Catarina, e dos materiais biológicos coletados de seus familiares, o sistema da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos apontou uma compatibilidade genética entre os restos mortais e a amostra da filha Sanny”, destaca Uehara.
Por meio do trabalho integrado entre as Perícias Oficiais de Santa Catarina, do Rio Grande do Norte e do Ceará, os peritos do caso confirmaram a identificação considerando o contexto histórico e as características físicas e antropológicas. No dia 18 de maio a família recebeu a notícia que, embora triste, “trouxe sossego ao coração”, como disse a viúva Mônica.
Fonte: Visor Notícias