Idoso atropelado imprimiu carta de amor à esposa pouco antes de morrer, em SC

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08/12/21

“Da morte só espero que se traga paz e o reencontro com as pessoas amadas que já se foram. Quem parte para o descanso eterno deixa lágrimas de saudades e lembranças imortais”.

Parece coisa de filme. Pode até arrepiar. A frase foi escrita há poucos dias por seu Ari da Cunha, conhecido líder comunitário do bairro Petrópolis, em Joinville, que morreu atropelado por um carro desgovernado na noite de segunda-feira (6).

Foi justamente horas antes de morrer que o aposentado de 72 anos pediu ao assessor de um vereador, em uma de suas tradicionais visitas à Câmara, que imprimisse dois documentos: uma carta de amor à sua esposa, falecida em janeiro deste ano, e uma biografia do casal.

Ao escrever sobre a morte, ele falava justamente sobre Marlete, com a qual foi casado por mais de 50 anos. Na carta, seu Ari não esconde a dor de viver sem o grande amor da vida dele: “como eu sinto sua falta, meu coração sofre com a saudade. Sem você tem sido muito difícil viver e será assim até o fim da minha vida”.

Romântico, ele contou até os segundos que viveu junto da esposa: 1.660.003.200, tempo mais que suficiente para construir uma família e uma história de amor que nem a morte foi capaz de interromper.

O amor de Seu Ari pela comunidade

A biografia escrita por Seu Ari também deixa evidente o amor que ele sentia pela comunidade em que viveu grande parte da vida. Nascido em José Boiteux, ainda criança ele se mudou para Guaramirim, mas foi mesmo em Joinville que criou raízes.

Para conseguir se mudar para a cidade, aos 18 anos, vendeu um porco e pegou um trem, em um cenário muito diferente na região que se conhece hoje. Morou em uma pensão até que chegou à rua Petrópolis, onde viveu, conheceu o seu amor, morreu e foi velado.

Ao mesmo tempo em que trabalhava formalmente, dividia o tempo com as atividades na comunidade: foi atuante no conselho de segurança do bairro, na associação de pais e professores, na associação de pensionistas e também na igreja.

Na comunidade, junto à esposa, criou a filha, ajudou a cuidar dos três netos e trilhou uma história de luta pelos direitos dos idosos e dos moradores da região.

Fonte: Jornal Razão

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