05/08/25 – Juliana Garcia dos Santos Soares, de 35 anos, teve alta hospitalar na noite de segunda-feira (4). Ela foi submetida a uma cirurgia de reconstrução facial após ser espancada com mais de 60 socos pelo namorado, Igor Eduardo Pereira Cabral, dentro de um elevador.
A vítima estava internada no Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal, no Rio Grande do Norte. Segundo o Estadão, fraturas pequenas tornaram o procedimento complexo e a cirurgia durou sete horas, em vez de cinco.
A intervenção cirúrgica exige técnicas avançadas. Os médicos utilizam placas e parafusos de titânio para realinhar ossos fraturados. Em caso de perda de tecido, os cirurgiões podem transferir pele, músculo e osso de outras partes do corpo e reconectar os vasos sanguíneos.
Juliana deve retornar para avaliação médica ainda neste mês. A agressão brutal quebrou quatro ossos do rosto da vítima, que não conseguia mais mastigar.
A promotora de vendas ficou tão debilitada que precisou depor por escrito à Polícia Civil. O ex-jogador de basquete Igor Cabral, de 29 anos, foi preso em flagrante e deve responder por tentativa de feminicídio.
Vítima levou mais de 60 socos em 36 segundos dentro de elevador
Em entrevista ao Domingo Espetacular, Juliana Garcia descreveu o relacionamento como “tóxico e abusivo”. Igor Cabral teve uma crise de ciúmes no dia 26 de julho, quando avançou sobre a namorada com mais de 60 socos.
O ex-jogador de basquete bloqueou a porta do elevador e pediu para a vítima sair. “Eu sabia que fora do elevador não tinha câmera e me recusei a sair porque vi que ele estava muito alterado”, contou Juliana.
Juliana chegou a indicar a câmera de segurança, para a qual o namorado deu “tchauzinho”. Ela lembra que Igor disse “Então você vai morrer” e desferiu um total de 61 socos em apenas 36 segundos.
Ela tentou se manter consciente e proteger o rosto com o braço. “Ele só me batia. Se eu apagasse, acho que teria morrido”, considera. “Não tenho dúvidas de que teria me matado”.
O porteiro Manuel Anésio da Silva Filho testemunhou os mais de 60 socos pelas câmeras de segurança e interveio. “Quando prestei atenção no elevador de serviço da torre C, eu vi a agressão. Imediatamente peguei o telefone e chamei a polícia”, afirma o funcionário. “Foi muita brutalidade”.
Igor Cabral segue preso preventivamente na CRT (Central de Recebimento e Triagem) de Parnamirim, na Grande Natal. A Justiça negou o pedido de transferência para uma cela isolada e o ex-jogador alega ter sido agredido na prisão.
“Eu sobrevivi a tudo isso para dar voz e visibilidade às mulheres que infelizmente não tiveram”, acredita Juliana. “A culpa não foi minha e a culpa nunca será da vítima. Nenhuma mulher é culpada por ter sido agredida”.
Fonte: ND+